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TENHO UM COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO (INSTITUIÇÃO)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A cultura e a formação do ser humano: sobre...

A cultura e a formação do ser humano: sobre...

Por Marcia Tiburi


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O conceito de cultura está intimamente ligado ao conceito de formação. Precisamos prestar atenção nesta relação para entendermos o estado da questão nos dias de hoje quando certa crise da cultura relaciona-se à educação no contexto da crise geral da sociedade. O que a sociedade tem a ver com a cultura?  O que a cultura pode fazer pela formação dos indivíduos para além da educação? Entre a inclusão e a exclusão de indivíduos e grupos ao poder, pois é de poder que se trata quando se fala de cultura, a sociedade de um modo geral enfrenta-se com o desejo da democracia que nada mais é do que a partilha das ideias e das práticas no contexto de sua diversidade. Vivemos a experiência de uma sociedade afundada em diversas perspectivas, desejos, posicionamentos e, sobretudo, jogos de força. Em meio a isso tudo, a democracia é um desejo e um ideal pelo qual devemos lutar, pois não está pronta como demonstra a inacessibilidade da cultura.

O que é cultura
Em primeiro lugar, devemos ter em mente que “cultura” é um conceito usado genericamente para falar da totalidade dos valores e das práticas humanas. Neste sentido, cultura é tudo o que é produzido pelo ser humano enquanto não é próprio da natureza. Em um segundo sentido, costumamos chamar de cultura um tipo de recorte para definir práticas relacionadas às artes e às chamadas ciências humanas voltadas à pesquisa de cunho antropológico e social. Distinguem-se das ciências duras voltadas para a pesquisa sobre a natureza.

Esta oposição é decisiva na compreensão da cultura na atualidade. As ciências exatas ou naturais, ciências vistas como “duras” em função de seu respaldo no método empírico, são também aquelas que se relacionam historicamente com a noção de progresso. Progresso, por sua vez, é algo que faz parte da ideologia do mercado. O produto do progresso nunca foi a arte, mas a tecnologia que não se faz ver em espetáculos teatrais ou livros de arte, mas em medicamentos, eletrodomésticos, carros. Tais produtos são hipervalorizados e lucrativos. Por oposição a eles é que passamos a chamar de produtos culturais determinados artefatos que acabam por carregar a marca de algo inútil porque contrário ao progresso, ao mercado e ao lucro.

Os produtos da cultura em seu sentido estrito são desvalorizados pelo mercado. Mas que sejam desvalorizados pela sociedade como um todo é um problema sério. Muitos artistas e produtores culturais tentam mudar isso e muitos conseguem transformando arte em objeto industrializado para atingir o maior número possível de pessoas, ou produzindo objetos – músicas, espetáculos, filmes – para o puro entretenimento. Aí é que aparece a indústria da cultura que não tem necessariamente a ver com obras de arte. Ou seja, pode-se produzir um disco inteiro apenas para fazer sucesso no mercado, desconsiderando qualquer daqueles valores como sensibilidade e rigor estético que fazem parte da história da arte. Isso pode escandalizar alguns, mas para aqueles que pensam em termos de mercado não há nada demais. 

De que acesso estamos falando?
A questão do acesso precisa ser pensada a partir daí. Todos nós temos acesso aos produtos industrializados da cultura e que são escoados pelo mercado, seja pela televisão aberta ou pelos shows em estádios lotados com músicos competentes em entreter massas inconscientes. No entanto, a maior parte da população nem fica sabendo o que existe em termos de produtos - ou obras de arte - para além daquilo que é oferecido no contexto do mercado. Não é errado pensar que o avanço da indústria impede o avanço da arte, pois a indústria aliada ao mercado, aliada à propaganda, sempre coopta adeptos, avança nos espaços, não deixando lugar para outras expressões. A indústria também comanda os interesses, produzindo-os pela propaganda.

Raramente se vê nos meios de comunicação a propaganda espontânea de uma exposição de arte, de cinema, de um espetáculo de dança que escape do que pode render lucro. Há, é claro, exceções que confirmam a regra. Mesmo o patrocínio por meio de leis de incentivo é orientado a produtos da indústria da cultura muito mais do que a produtos propriamente artísticos. A cultura está reduzida ao que o mercado determina quando escoa produtos industrializados. Fazer cultura seria, neste caso, resistir diante do mercado, e poder intervir no desejo das massas. Mas há desejo fora do mercado nos dias de hoje?

Podemos responsabilizar a educação e até mesmo a família como tantos fazem. Podemos dizer que o desinteresse das massas é promovido pelos meios de comunicação. Estamos diante do velho dilema de quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. O problema da educação, da família, dos meios de comunicação, é o problema geral da sociedade – sociedade civil, governo, esfera privada e pública – que não se importa com a formação de seus cidadãos porque ela não dá lucro. Curiosamente, a educação que dá lucro, aquela das escolas privadas, vai muito bem no Brasil. O acesso aos bens em geral, inclusive os culturais, dos que tem poder econômico não é um problema real.

O problema da cultura é também “cultural”
O problema do acesso à cultura é ele mesmo um problema cultural. E não deixa de ser até mesmo um problema estético, ou seja, de gosto, de relação sensível com as obras de arte e os produtos culturais. Mas aqui ele se mostra também em seu caráter de problema ético. No Brasil poderia haver certa inconsciência sobre o que estamos fazendo de nós mesmos se não estivéssemos mergulhados em um profundo jogo de poder em que está sempre vencendo o mercado. O problema do mercado não é outro do que a unificação dos seres humanos, impedidos de outras experiências estéticas capazes de promover a formação para além da estupidificação, da imbecilização que o modo de ver o mundo de um só ponto de vista produz.

As palavras que usei são fortes e até mesmo feias, mas devem ser usadas como um balde de água fria que, incomodando, nos acorda.
 Contra o descaso da política institucional e da sociedade como um todo, cabe a labuta diária de artistas e produtores, professores, jornalistas e cidadãos que não pensam que a hegemonia do pensamento, da ação e da experiência estética seja um bom futuro para uma sociedade que deseja ser verdadeiramente democrática.

Marcia Tiburi é  graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Publicou as antologias As Mulheres e a Filosofia (Editora Unisinos, 2002),  O Corpo Torturado (Ed. Escritos, 2004), e Mulheres, Filosofia ou Coisas do Gênero (Edunisc). Em 2008 publicou Filosofia em Comum - para ler junto (Record).É professora do programa de pós-graduação em Arte, Educação e História da Cultura da Universidade Mackenzie, colunista da Revista Cult e participante do programa Saia Justa, do canal GNT.

Crédito foto: Acervo CPFL

Magnetismo

Magnetismo


O que é 

O magnetismo é um ramo da Física que estuda os fenômenos e propriedades relacionadas aos imãs. Estes, são elementos encontrados da natureza que possuem capacidades de atrair ou repelir alguns tipos de metais e também outros imãs.


Importânciae história

O estudo do magnetismo é fundamental para o desenvolvimento da eletricidade e da engenharia. Os imãs são muito utilizados em equipamentos elétricos e eletrônicos. Quase todos os motores e geradores elétricos, por exemplo, possuem imã. Os conhecimentos de magnetismo são utilizados também para a fabricação de telefones, televisores, caixas de som, bússolas, etc.


Na Grécia Antiga já havia conhecimentos sobre o magnetismo. Tales de Mileto, por exemplo, chegou a retratar as propriedades de elementos com capacidades magnéticas. 


Porém, somente em 1873 que o pesquisador Maxwell formulou leis capazes de descrever os fenômenos magnéticos. Foi este pesquisador que relacionou os efeitos do magnetismo com a eletricidade, dando origem aos estudos no campo de eletromagnetismo.

Como fazer bons projetos didáticos para ensinar Geografia

Além de explorar os conhecimentos prévios dos alunos, os projetos de estudo de Geografia devem articular diferentes objetivos, conteúdos, materiais e metodologias, criando um ambiente rico em aprendizagens

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1. O papel da escola na construção dos saberes geográficos
Trabalho desenvolvido pela professora Rute Athayde Almeida, da EM Brice Francisco Cordeiro, em Goiânia. Com leitura, pesquisa e observação, a garotada aprende o conceito de bacia hidrográfica. Crédito: Marco Monteiro/ Ilustração: Raphael Salimena
Trabalho desenvolvido pela professora Rute Athayde Almeida, da EM Brice Francisco Cordeiro, em Goiânia. Com leitura, pesquisa e observação, a garotada aprende o conceito de bacia hidrográfica
Sueli Ângelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da FFLCH da Universidade de São Paulo e selecionadora do Prêmio Victor Civita. Foto: Gabriela Portilho
Sueli Ângelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da FFLCH-USP e selecionadora do Prêmio Victor Civita
 "Para aprender, jamais é supérfluo o sentido daquilo que se aprende. Para tanto, não basta que o saber seja inteligível, assimilável. É necessário que esteja ligado a outras atividades humanas, que se compreenda por que foi desenvolvido, transmitido, por que é conveniente apropriar-se dele. O sentido não é necessariamente utilitarista; pode dizer respeito à estética, à ética, ao desejo filosófico de compreender o mundo ou de partilhar uma cultura." (Philippe Perrenoud, no livroPedagogia diferenciada: das intenções à ação)
Desde muito pequenas as crianças observam, perguntam e procuram explicações para o mundo em que vivem. Um mundo que se amplia à medida que crescem e se relacionam com os lugares e suas paisagens. Na escola, os alunos estudam para ampliar, rever, reformular e sistematizar as noções que trazem de suas experiências com o mundo, sempre de modo mais complexo e desafiador.Esse processo de ampliação, reformulação e sistematização é sempre inacabado e pode ser aprimorado ao longo da vida de qualquer pessoa, mas a escola tem um papel importante na sua consolidação.

A Geografia, como leitura do mundo em que vivemos, é parte desta construção gradativa dos saberes do cotidiano, relacionando-os aos saberes científicos e escolares que se desenvolvem enquanto os alunos aprendem a observar, questionar o que observam, descrever, comparar, construir explicações, representar e espacializar acontecimentos sociais e naturais, considerando dimensões de tempo e do espaço.
Por isso, aprender Geografia não se restringe apenas à exposição dos saberes do professor. As diferentes modalidades organizativas (atividades permanentes, planos de aula, sequências didáticas ou projetos) utilizadas em sala de aula têm um papel fundamental no modo instigante como o mundo pode ser trabalhado e desvelado na escola. É na intencionalidade do planejamento das situações didáticas que professores e alunos desenvolvem hipóteses cada vez mais complexas sobre os fenômenos sociais e naturais estudados a partir da Geografia.
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